sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Histórico das Sombrinhas Vitorianas


       
 SOMBRINHAS




As sombrinhas não devem ser confundidas com suas primas pobres derivadas dos guada-chuvas.
Seu nome deriva do latim “parare”, que significa “escudo” e “sol”. Outros termos também surgem a partir do Século XVI para descrever a peça na Europa: Ombrelle, Ombriere, Quitasol,  e Kitesol.
Datá-las pode ser um desafio, visto que a origem das sombrinhas já podem ser vistas no Egito, Grécia, China e Pérsia. De acordo com pinturas e esculturas egípcias, a sombrinha era reservada exclusivamente ao Faraó, geralmente carregada por uma serva. O uso da sombrinha passou aos gregos e romanos como um símbolo de distinção das classes altas. Não apenas protegia a nobreza de ter a pele queimada pelo sol, como representava sobre ele um arco celeste ligado à soberania.
Sombrinhas e guarda-chuvas também guardavam um simbolismo religioso. Nut, a deusa-mãe egípcia, tinha em seu corpo todo o firmamento e era representada como um arco sobre a terra. Osíris também está associado ao guarda-chuva, como aquele que traz a chuva. Na Índia, Vishnu recuperou o guarda-chuva mágico de Varuna, que era responsável por criar a chuva.
Gregos e romanos associaram essas narrativas a Baco e Dionísio, ambos os deuses ligados à chuva, mas os gregos desenvolveram o uso feminino das sombrinhas. Esta prática está ligada a adoração de Dionísio, durante o qual uma sombrinha era carregada sobre o deus.
Mais tarde, isso se tornaria costumeiro para outras divindades, inclusive Pallas Atena. Em honra dela, as mulheres atenience  carregavam sombrinhas durante os festejos da deusa.
Embora o uso das sombrinhas fossem corriqueiro ao longo do Império Romano, demorou até a Renascença Italiana para que a peça se popularizasse pela Europa.
As francesas popularizaram seu uso durante o século XVII, no século seguinte os ingleses a adotariam.
No inicio da era vitoriana(1837-1860) a moda entre as mulheres era usar vestidos com armação pesada, muito volume como mangas bufantes, babados, laçarotes, além dos acessórios como luvas, leques, chapéus, sombrinhas e bengalas davam um toque final. essa moda começou na ascensão  da Rainha Vitória, quando ela ainda era jovem.
As sombrinhas são fortemente associadas à era vitoriana devido ao desejo feminino por uma compleição pálida. Para nossa ladies, era bem mais que uma questão de padrão de beleza, a palidez era vista como uma distinção entre as mulheres ricas e as mulheres da classe trabalhadora. Ter uma sombrinha era mais do que vaidade, era o modo de mostrar a todos que aquela mulher tinha dinheiro suficiente para não trabalhar. A sombrinha era símbolo de nobreza. Eram tão caras e preciosas que ganhar uma de presente se equivalia a ganhar um jóia e apenas os homens com interesse de compromisso sério presenteava suas amadas com tal nobre presente.
Enquanto os guarda-chuvas continuaram a proteger da chuva, as sombrinhas saíram de moda entre os anos de 1920 e 1930, quando um leve toque bronzeado na pele passou a ser sinônimo de saúde e de riqueza. Uma pele bronzeada passou a identificar a mulher cuja condição financeira lhe permitia férias no litoral.


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