SOMBRINHAS
As
sombrinhas não devem ser confundidas com suas primas pobres derivadas dos guada-chuvas.
Seu
nome deriva do latim “parare”, que significa “escudo” e “sol”. Outros termos
também surgem a partir do Século XVI para descrever a peça na Europa: Ombrelle,
Ombriere, Quitasol, e Kitesol.
Datá-las
pode ser um desafio, visto que a origem das sombrinhas já podem ser vistas no
Egito, Grécia, China e Pérsia. De acordo com pinturas e esculturas egípcias, a
sombrinha era reservada exclusivamente ao Faraó, geralmente carregada por uma
serva. O uso da sombrinha passou aos gregos e romanos como um símbolo de
distinção das classes altas. Não apenas protegia a nobreza de ter a pele
queimada pelo sol, como representava sobre ele um arco celeste ligado à
soberania.
Sombrinhas
e guarda-chuvas também guardavam um simbolismo religioso. Nut, a deusa-mãe
egípcia, tinha em seu corpo todo o firmamento e era representada como um arco
sobre a terra. Osíris também está associado ao guarda-chuva, como aquele que
traz a chuva. Na Índia, Vishnu recuperou o guarda-chuva mágico de Varuna, que
era responsável por criar a chuva.
Gregos
e romanos associaram essas narrativas a Baco e Dionísio, ambos os deuses
ligados à chuva, mas os gregos desenvolveram o uso feminino das sombrinhas.
Esta prática está ligada a adoração de Dionísio, durante o qual uma sombrinha
era carregada sobre o deus.
Mais
tarde, isso se tornaria costumeiro para outras divindades, inclusive Pallas
Atena. Em honra dela, as mulheres atenience
carregavam sombrinhas durante os festejos da deusa.
Embora
o uso das sombrinhas fossem corriqueiro ao longo do Império Romano, demorou até
a Renascença Italiana para que a peça se popularizasse pela Europa.
As
francesas popularizaram seu uso durante o século XVII, no século seguinte os
ingleses a adotariam.
No
inicio da era vitoriana(1837-1860) a moda entre as mulheres era usar vestidos
com armação pesada, muito volume como mangas bufantes, babados, laçarotes, além
dos acessórios como luvas, leques, chapéus, sombrinhas e bengalas davam um
toque final. essa moda começou na ascensão
da Rainha Vitória, quando ela ainda era jovem.
As
sombrinhas são fortemente associadas à era vitoriana devido ao desejo feminino por
uma compleição pálida. Para nossa ladies, era bem mais que uma questão de
padrão de beleza, a palidez era vista como uma distinção entre as mulheres
ricas e as mulheres da classe trabalhadora. Ter uma sombrinha era mais do que
vaidade, era o modo de mostrar a todos que aquela mulher tinha dinheiro
suficiente para não trabalhar. A sombrinha era símbolo de nobreza. Eram tão
caras e preciosas que ganhar uma de presente se equivalia a ganhar um jóia e
apenas os homens com interesse de compromisso sério presenteava suas amadas com
tal nobre presente.
Enquanto
os guarda-chuvas continuaram a proteger da chuva, as sombrinhas saíram de moda
entre os anos de 1920 e 1930, quando um leve toque bronzeado na pele passou a
ser sinônimo de saúde e de riqueza. Uma pele bronzeada passou a identificar a
mulher cuja condição financeira lhe permitia férias no litoral.
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